19.12.03

Novas estatísticas do Eurostat colocam Portugal na cauda da Europa: O Produto Interno Bruto (PIB) português está a cair, segundo as novas estatísticas da União Europeia (UE), correndo mesmo o risco de ser este ano ultrapassado pela Grécia. Esta situação tornou-se patente nos novos dados sobre o PIB dos actuais e futuros membros da UE que foram ontem publicados pelo Eurostat, o organismo de estatísticas da UE. A novidade destes dados é que incorporam uma revisão do cálculo das Paridades de Poder de Compra (PPC), um deflactor utilizado pelo Eurostat (e pela OCDE) para corrigir os valores do PIB em função dos preços de cada país e das taxas de câmbio (quando existem). A utilização deste índice parte do pressuposto que, por exemplo, 100 euros não garantem o mesmo poder de compra em Lisboa ou no Luxemburgo. [...]
As novas estatísticas colocam Portugal e a Grécia com o mesmo PIB por habitante, no valor de 71 por cento da média da UE.Em 1999, o PIB da Grécia era de 65 da média comunitária - o mesmo nível de 1995 - enquanto que Portugal atingia os 70 por cento. A diferença, é que enquanto que o PIB português evoluiu apenas um ponto percentual até 2002, o grego deu um salto de seis pontos percentuais.

Paulo Casaca, eurodeputado do PS conhecido pela sua oposição radical à utilização das PPC no cálculo do PIB, considera que estes números apenas confirmam a sua opinião de que «o PIB português estava artificialmente inflacionado». Mas, apesar da correcção, Casaca considera que não há razões para acreditar que o novo método seja mais fiável que o anterior:o erro, em sua opinião, está na própria utilização das PPC, sobretudo quando se trata de países com a mesma moeda. «A utilização das PPC é uma anedota, não tem sustentação em termos de política económica e mesmo do ponto de vista da mera observação económica, não tem sentido», defende.
Paulo Casaca considera, aliás, que os novos dados, que dão «o PIB português a cair», apenas revelam que «o governo português actual percebeu melhor a situação que o anterior e preocupou-se em evitar que o produto de algumas regiões seja artificialmente inflacionado». E que, sublinha, poderia retirar o acesso de algumas regiões portuguesas ao «objectivo 1».
Um quinto dos portugueses vive em risco de pobreza e exclusão social: Um em cada cinco portugueses vive em risco de pobreza e exclusão social, o que coloca Portugal em segundo lugar a nível europeu, apesar de a evolução nos últimos anos ter sido positiva, revela um estudo da Comissão Europeia.
Segundo a versão preliminar do relatório sobre inclusão social, publicado pela Comissão Europeia, em 2001, 20 por cento da população portuguesa vivia em risco de pobreza e exclusão social, situação que ocorre nos agregados familiares onde o rendimento é inferior a 60 por cento da média nacional.
Apenas ultrapassada pela Irlanda (21 por cento), a situação portuguesa contrasta com países como a Suécia (dez por cento) e a Dinamarca (11 por cento) e é superior em cinco pontos percentuais à média da União Europeia, onde 55 milhões de pessoas vivem em risco de pobreza e de exclusão social, uma criança em cada cinco está ameaçada de pobreza e uma em cada dez vive numa família sem emprego. [...]
Segundo uma fonte comunitária ligada à elaboração do documento, a situação portuguesa, apesar de ser uma das piores no contexto comunitário, sofreu uma melhoria, ao ver reduzida em três por cento a percentagem de pessoas em risco de pobreza entre 1995 e 2001. Este factor deveu-se a uma situação favorável do emprego, mas também ao impacto do rendimento mínimo garantido, justificou a mesma fonte.
O próximo objectivo é uma redução de dois por cento dos valores entre 2003 e 2005, mas Bruxelas mostra-se pessimista, dada a "má" situação económica em que vive o país e o aumento do desemprego.
A maior aposta, segundo a Comissão Europeia, tem que ser feita ao nível da educação, uma vez que Portugal é o país da União com a mais elevada taxa de abandono escolar dos jovens: 45 por cento dos jovens entre os 18 e os 24 anos deixaram precocemente a escola e não seguem qualquer formação. A seguir, vem a Espanha, com 25 por cento.

8.12.03

Portugueses querem mais cultura no interior: Levar a cultura ao interior do país deve ser a prioridade da política cultural, considera a maioria dos portugueses inquiridos para uma sondagem realizada pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica para a RTP e para o PÚBLICO.
De sete respostas possíveis a um inquérito telefónico, esta foi a prioridade eleita por 23 por cento dos portugueses (com 18 anos ou mais), independentemente de viverem numa cidade, vila ou aldeia, de não terem a instrução primária ou de serem licenciados. Recuperar e salvaguardar o património foi a prioridade escolhida em segundo lugar (19 por cento), seguida do aumento da programação cultural da RTP (12 por cento).
Apesar de defenderem a extensão da cultura ao interior, os portugueses não consideram prioritário o aumento da rede de bibliotecas e museus em Portugal - apenas quatro por cento escolheu esta opção, que teve a percentagem mais baixa - e a sondagem revela ainda que são uma minoria os portugueses que dão a primazia à ajuda estatal à formação dos artistas (nove por cento), ao apoio ao teatro (oito por cento) ou ao cinema ( seis por cento).
Mas se a maioria não defende como prioridade o apoio estatal ao cinema esta é a actividade cultural preferida dos portugueses inquiridos: um em cada três foi pelo menos uma vez ao cinema desde as férias do Verão (o período abrangido refere-se a três meses).
Sobre a política cultural do actual Governo PSD, 38 por cento considera-a pior do que a do Governo PS, 32 por cento igual e apenas 10 por cento melhor.
(Ao contrário das questões que incidem sobre hábitos de consumo culturais, as variáveis de habitat ou de instrução não tiveram qualquer impacto significativo nas respostas às perguntas sobre política cultural, sublinha-se no estudo).
A sondagem revela hábitos culturais dos portugueses desanimadores: quase metade (45 por cento) dos inquiridos não foi a nenhuma actividade cultural desde as férias ou foi apenas a uma ou duas.
Mais de metade não comprou nem leu nenhum livro (56 e 53 por cento respectivamente) - quando o fizeram preferiram a literatura portuguesa: 61 por cento diz ter lido um livro de um autor português. Surpreendente é o facto de quase um quarto dos licenciados não ler qualquer livro desde as férias: 22 por cento.
O número de universitários que não leu nenhum livro é superior ao dos licenciados em apenas quatro por cento. As percentagens destes dois grupos aproximam-se quando se compara os que leram um ou dois livros (33 por cento para os licenciados e 31 para os universitários) e distanciam-se significativamente quando se trata de aquisição de mais de cinco livros (14 por cento dos universitários, 35 por cento dos licenciados).
De acordo com os dados fornecidos por este estudo, a leitura é mais intensa quanto mais urbanizado é o habitat. Porém, é significativa a percentagem de habitantes da cidade que não leu nenhum livro desde as férias: 45 por cento (nas vilas foi de 53 por cento e nas aldeias de 66 por cento).
Quando saiu de casa para consumir cultura, um em cinco dos inquiridos foi a uma biblioteca e um em dez a um museu ou ao teatro. Os concertos de música ligeira e os de música clássica ou bailado foram frequentados por uma minoria: sete e quatro por cento, respectivamente.
Dos licenciados, 10 por cento passou estes três meses sem frequentar qualquer actividade cultural e 29 por cento, tal como os estudantes universitários, foi a três ou mais actividades. Dos que frequentaram três ou mais actividades, de novo o habitat não implica grandes diferenças: 11 por cento na cidade, nove por cento numa vila e oito por cento numa aldeia.
Inquérito europeu mostra portugueses desconfiados: Os portugueses são, na União Europeia (UE), os que menos confiança depositam na polícia e no sistema jurídico. Confiam mais no Parlamento Europeu do que no parlamento nacional. Quatro em cada dez afirmam que frequentemente ou, pelo menos, bastantes vezes, a política lhes parece algo tão complicado que não percebem, verdadeiramente, o que se está a passar. Não é um exclusivo nacional: na Finlândia ou na Grécia há ainda mais pessoas que garantem perceber pouco do assunto.
Estes são alguns dos muitos dados soltos que se podem retirar da base de dados do Inquérito Social Europeu (ISE) recentemente lançada em Bruxelas. São 22 os países participantes, mas a informação divulgada contempla apenas 19, entre os quais 12 da UE. [...]
"Acha que todo o cuidado é pouco quando se lida com as pessoas ou acha que se pode confiar na maior parte delas?" - foi uma das questões colocadas. Aos entrevistados era pedido que se posicionassem numa escala de zero a 10 (em que zero significa que "todo o cuidado é pouco" e 10 que "a maioria das pessoas é de confiança"). Resultado: quase um quarto (23,5 por cento) dos portugueses afirmam que o seu nível de confiança nos outros está entre o zero e o dois.
Olhando apenas para o conjunto de países da UE, mais desconfiados do que os portugueses, só os gregos. Os dinamarqueses são os que menos receios têm de quem os rodeia - só dois em cada cem demonstram níveis de confiança assim tão baixos.
As suspeitas dos portugueses não parecem, no entanto, ser provocadas por um sentimento generalizado de insegurança. A esmagadora maioria (74,4 por cento) diz que não tem qualquer problema em andar no seu bairro depois do anoitecer. Ainda que 23 em cada cem garantam que nos últimos cinco anos eles próprios (ou alguém da família) foram vítimas de furto ou roubo - uma percentagem não muito diferente da registada no resto da Europa.
Os dados mostram ainda que uma parte significativa da população não deposita confiança pessoal no sistema jurídico. Portugal, e a Espanha logo a seguir, são, na UE, os que apresentam médias de confiança mais baixas; no outro extremo estão a Dinamarca e a Finlândia, com níveis de confiança significativamente mais elevados. Veja-se alguns números: 7,2 por cento dos portugueses depositam confiança zero no sistema jurídico (numa escala de zero a 10, em que zero é "nenhuma confiança" e 10 "total confiança"). Outros 14 por cento dão nota 1 ou 2. Apenas 16 em cada cem têm uma confiança de sete ou mais.
À luz dos mesmos critérios, apenas 16 por cento dos portugueses nutrem elevados níveis de confiança nas polícia (sete ou mais na escala); 23 por cento confiam muito pouco (de zero a três). Uma vez mais, olhando para as médias dos países da UE, Portugal é o pior situado.
"Como grupo, os europeus não confiam nas instituições políticas, a abstenção nas eleições é elevada, o envolvimento na vida pública é baixo e o tecido social é frágil." Os políticos não são bem vistos por uma grande parte dos cidadãos, lê-se num "press release" que apresenta as conclusões preliminares do ISE.
Portugal, tal como a Polónia ou a República Checa, está na lista daqueles onde a confiança nos políticos apresenta níveis ainda mais baixos do que a média - só quatro por cento dos portugueses dizem ter muita confiança (sete ou mais na escala) em quem faz política, 54 por cento nunca se envolveriam em tal actividade e 32 por cento não se interessam nada pelo assunto.
Notam ainda os especialistas que, "em geral, quanto menor for a confiança que uma nação deposita nas suas instituições parlamentares, maior é a que tem no Parlamento Europeu". E esta ideia aplica-se também a Portugal. Apenas 18 por cento dos portugueses atribuem nota sete ou superior à confiança que o Parlamento nacional desperta - tomando como base a tal escala de zero a 10; há uns quantos mais a classificarem da mesma forma a sua relação com o Parlamento Europeu: 23 por cento.
A situação inverte-se na generalidade dos países do norte. Na Finlândia, Noruega, Suécia e Suíça, mais de 38 em cada cem cidadãos confiam muito nos parlamentos nacionais, dando menos crédito às instituições europeias. O Reino Unido é "um caso especial", apresentando baixos níveis de confiança quer no parlamento nacional quer no europeu.
Ao contrário do que se poderia supor, não há relação significativa entre taxas de abstenção (Portugal e Reino Unido têm das mais elevadas na UE, segundo os dados recolhidos pelo ISE) e o maior ou menor interesse que a política suscita aos cidadãos. Já a variável idade parece ter bastante peso. "As pessoas com menos de 30 anos estão muito menos inclinadas a votar nas eleições nacionais", vivam elas no norte, centro ou sul da Europa.
Em Portugal 54 por cento dos inquiridos entre os 18 e os 30 anos votaram; no grupo dos que têm mais de 30, a percentagem de participação sobe para 74 por cento.
Uma coisa parece certa: o grau médio de satisfação da generalidade dos europeus em relação ao funcionamento da democracia não é muito elevado, sendo o cenário mais negro na Polónia, Eslovénia e, a seguir, em Portugal.
O envolvimento em actividades ou organizações que intervenham directamente na sociedade é, em muitos casos, baixo. Por exemplo, os portugueses participam menos em manifestações de protesto (só 4,2 por cento o fizeram nos últimos 12 meses) do que a média dos cidadãos dos outros países. Os luxemburgueses (20 por cento), seguidos dos espanhóis (17,5), são os que mais aderem a estas iniciativas. A ligação a organizações de voluntariado também é reduzida (ainda que ligeiramente mais elevada do que na Hungria, Polónia e Grécia).
Na hora de definirem o que é um bom cidadão, "ajudar as pessoas que mais precisam" parece mais importante para os portugueses do que a "obediência às leis e às regras". Entre os indicadores mais valorizados está ainda a capacidade de ter uma opinião independente, mais do que votar ou ter actividade política.

Números: Numa escala de zero a 10 como avalia...
A sua confiança pessoal no sistema jurídico
Portugal - 4,26
Países da UE - 5,37
Todos - 5,19
A sua confiança pessoal na polícia
Portugal - 5,13
Países da UE - 6,35
Todos - 6,14
O seu grau de desconfiança nas pessoas em geral
Portugal - 4,16
UE - 4,87
Todos - 4,74
O seu grau de satisfação com o estado da economia
Portugal - 3,06
Todos - 4,07
A sua dificuldade em compreender os políticos
Portugal - 3,29
Todos - 3,17

Portugal É o País Onde Mais Pessoas Defendem Zero Imigrantes: Mais de metade dos portugueses (56 por cento) defendem que Portugal deve receber poucos ou nenhuns imigrantes. Isto se se falar apenas de estrangeiros da mesma etnia da maioria da população portuguesa; caso contrário, o número dos que assumem uma posição ainda mais restritiva aumenta: 23,2 por cento defendem zero imigrantes de etnias diferentes; 38,3 afirmam que podem vir, desde que sejam poucos. Estes são alguns dos resultados das perguntas colocadas ao europeus sobre imigração, no âmbito do Inquérito Social Europeu (ISE).
O peso dos portugueses que defendem imigração zero (17,6 por cento, no caso de estrangeiros da mesma etnia) ganha ainda mais relevância quando nenhum outro país dos 19 que constam da base de dados do ISE apresenta um número de respostas semelhantes tão elevado.

Os Mais Fechados da Europa: A questão colocada no inquérito foi: "Em que medida acha que Portugal deve deixar que pessoas da mesma raça ou grupo étnico do que a maioria portuguesa venham e fiquem a viver cá?"
Espanha Dinamarca Rep. Checa Suíça Alemanha Grécia Noruega Portugal Média 19 países
Deve deixar vir muitas 20,9 21,0 9,5 19.9 20,2 9,9 19,3 6,3 17,7
Deve deixar vir algumas 35,5 54,1 46,4 60,7 53,7 19,7 51,5 37,6 48,6
Deve deixar vir poucas 37,7 23,9 37,0 18,5 22,7 55,7 27,5 38,5 27,7
Não deve deixar vir ninguém 5,9 1,0 7,1 0,9 3,4 14,7 1,8 17,6 6,0

Outros Dados: Mais de metade (58 por cento) dos portugueses acham que se os imigrantes estão muito tempo desempregados devem sair do país; o mesmo afirmam 41 por cento dos holandeses e 72 por cento dos gregos
Perto de oito em cada dez portugueses (79,7 por cento) defendem que os imigrantes devem ter os mesmo direitos que toda a gente - uma ideia subscrita pela maior parte dos inquiridos na generalidade dos países
Quase 60 por cento do total dos inquiridos consideram que os imigrantes ajudam a preencher vagas em áreas onde faltam profissionais; em Portugal 66 por cento afirmam o mesmo
Dois quintos (42 por cento) do total dos inquiridos acreditam que parar de aceitar imigrantes reduziria a tensão no seu país; em Portugal, são 48 por cento

Ninguém Convive Tanto como Nós: "Considerando todos os aspectos da sua vida, qual o grau de felicidade que sente?" A pergunta faz parte do extenso questionário aplicado no âmbito do ISE. O que se pedia era que as pessoas classificassem a sua felicidade numa escala de zero a 10, do "extremamente infeliz" para o "extremamente feliz". A média obtida, considerando todos os países, foi 7,54, um pouco acima da média portuguesa: 6,97.
No norte da Europa, mas também no Luxemburgo, encontram-se os países onde os que se dizem muito felizes têm mais peso. Por exemplo, praticamente metade dos dinamarqueses dão nota nove ou 10 ao seu grau de felicidade. No Luxemburgo são 48,4 por cento. Em Portugal, 18,8.
Mas se, noutros países, mais pessoas se sentem felizes da vida, ninguém bate os portugueses na hora de falar de convívio, seja com amigos, familiares ou colegas de trabalho.
Questionados sobre quantas vezes se encontram socialmente com outras pessoas, 46 por cento afirmam que o fazem todos os dias. Em nenhum outro estado há tanta gente a gabar-se do mesmo.
A família, sobretudo, mas também os amigos, representam, de resto, um papel muito importante na vida dos europeus (mais do que o trabalho, ou a religião, por exemplo), apesar das diferenças observadas de país para país. Assim, para quase 80 por cento dos portugueses a família é considerada "extremamente importante", mas apenas 43 por cento dos holandeses dizem o mesmo.

A Família e Os Amigos: "Qual a importância, na sua vida, que atribui (numa escala de zero a 10)..."
À família...
Portugal - 9,62
Total - 9,39
Aos amigos...
Portugal - 8,35
Todos - 8,27
Ao lazer...
Portugal - 7,37
Todos - 7,72
Ao trabalho...
Portugal - 7,69
Todos - 7,40
À religião...
Portugal - 5,87
Todos - 4,97

[O estudo completo encontra-se aqui]
Quatro em cada cinco condutores circulam em excesso de velocidade dentro das povoações: A grande maioria dos condutores que atravessam povoações circula em excesso de velocidade. O mesmo acontece nas auto-estradas, em que quase metade viajam acima do limite e 15 por cento ultrapassam os 139 quilómetros por hora (km/h). Estas são algumas das conclusões de um estudo levado a cabo pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) sobre velocidades praticadas nas estradas portuguesas, entre 2000 e 2002, ontem apresentado em Lisboa.
Em estradas que passam no meio de povoações, quatro em cada cinco (78 por cento dos condutores) viajam acima do limite (50 km/h), não só durante o dia como de noite, ultrapassando muitas vezes em 20 quilómetros o máximo permitido por lei, o que contribui para uma alta sinistralidade em acidentes com peões. [...]
Nas auto-estradas, 49 por cento dos carros circulam a mais de 120 km/h, durante o dia, percentagem que sobe para 57 por cento durante a noite. Em 15 por cento dos casos, os condutores andam acima dos 139 km/hora.

3.12.03

Um em cada cinco portugueses anda armado: A maior parte das armas ilegais que circulam em Portugal são pistolas e revólveres. Calcula-se que, somando ainda caçadeiras furtadas e outras que foram adulteradas (canos ou coronhas serrados), haja no país mais de 900 mil unidades que fogem ao controlo policial. Praticamente tantas quantas as que estão legalizadas, o que soma quase dois milhões de armas. [...]
A maior parte das armas legalizadas (cerca de 800 mil) são de caça. Seguem-se depois diversos modelos utilizados por clubes e associações de tiro desportivo e, por fim, as cerca de 20 mil de defesa.

2.12.03

Comissário da luta contra a Sida "chocado" com as crenças sobre a doença: O comissário nacional de luta contra a Sida, Meliço Silvestre, considerou "inadmissível" o facto de um em cada sete portugueses acreditar que a sida se transmite com um aperto de mão, enquanto 19 por cento pensa poder contrair a doença pelo mero manuseamento de objectos usados por seropositivos, conforme os resultados divulgados pelo Eurobarómetro Especial
Acidentes de trabalho vitimaram 170 pessoas este ano, metade das quais na construção civil, anunciou ontem o presidente do Instituto do Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho (IDICT).
No seminário "Substâncias Perigosas: Cuidado", que assinala nos Açores a Semana Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, Veiga Moura realçou também que o número de coimas relacionadas com a segurança e higiene aumentou 22 por cento este ano.
Segundo disse o presidente do IDICT, apesar do acréscimo das acções de fiscalização, os acidentes persistem por uma falta de cuidado das empresas e dos trabalhadores, que insistem em não seguir as normas de segurança nas acções laborais.
Veiga Moura anunciou a atribuição, pela primeira vez, a partir do próximo ano, de prémios às empresas e trabalhadores que nos diversos sectores apliquem com rigor as boas práticas de segurança e higiene.