30.6.03

Portugal é o país da União Europeia que mais encarcera mulheres: Portugal tem a mais alta taxa de encarceramento de mulheres, a representar 8,5 por cento do sistema prisional. Só Espanha, segundo dados do Conselho da Europa, se lhe aproxima. Os restantes países da União Europeia ficam-se abaixo dos seis por cento. Anália Cardoso Torres, co-autora da obra "Drogas e Prisões em Portugal", do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, aponta o dedo aos baixos índices de rendimento e de protecção social para justificar esta especificidade dos países do Sul.
População prisional por tipo de estabelecimento:
Cadeias - Mulheres/Homens
Centrais 174/8646
Especiais 702/574
Regionais 282/3817
Total 1158/13037
Fonte: Direcção Geral dos Serviços Prisionais, dados referentes a 1 de Junho; nestes valores não estão incluídos os reclusos ausentes temporariamente dos seus estabelecimentos prisionais

25.6.03

Quase Um Quinto dos Adolescentes Não Praticam Desporto: Com a idade desaprendem. Os adolescentes tendem a ter comportamentos menos saudáveis à medida que crescem. Entre os 11 e os 16 anos, o número dos que comem vegetais, fruta ou leite vai diminuindo. O consumo de substâncias aumenta e o desporto perde peso: os jovens mais velhos (com 16 ou mais anos) fazem actividades físicas metade das vezes do que os que têm 11 anos.
Aliás, nos últimos anos, o desporto tem vindo a perder popularidade entre os adolescentes. Mais de metade (52,5 por cento) dos alunos portugueses dos 6º, 8º e 10º anos dizem que não jogam futebol, quando em 1998 havia 63 por cento a fazê-lo. Quase um quinto (18,9 por cento) confessa não fazer qualquer desporto.
O cenário é traçado no trabalho "A saúde dos adolescentes portugueses em 1998 e quatro anos depois", ontem apresentado em Lisboa. Foi coordenado por Margarida Matos, professora da Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade Técnica de Lisboa. [...]
Feito a partir de um inquérito a mais de seis mil alunos das escolas oficiais, o estudo mostra como, em Portugal continental, certos hábitos e atitudes se deterioraram desde 1998. E como os jovens mais velhos estão mais em risco: não só se tratam pior como têm atitudes mais negativas do que os colegas mais jovens. [...]
Assim, os adolescentes com 16 ou mais anos dizem-se menos satisfeitos com a vida que levam e sentem-se mais deprimidos: 13 por cento afirmam sentir-se assim mais do que uma vez por semana, contra 7,7 por cento dos que têm 11 anos. É também neste grupo etário que se encontra uma maior prevalência de miúdos que afirmam que a escola é "frequentemente aborrecida": 27,4 por cento dos inquiridos com 16 ou mais anos defendem esta tese, contra 12,6 por cento dos que têm 11 anos.
Mas uma das "tendências" ontem mais sublinhadas foi a perda de popularidade das actividades físicas, entre 1998 e 2002, sobretudo quando, "nos últimos anos, o desporto se tornou cada vez mais mediatizado e é uma actividade económica cada vez mais importante", afirmou ontem um dos co-autores do trabalho, José Alves Diniz, vice-presidente da FMH.
Vários estudos dizem que todos deveriam fazer pelo menos 30 minutos de actividade diária moderada e sublinham os benefícios desta nos domínios físico e psicológico, lembrou Alves Diniz.
No entanto, quase 20 por cento dos inquiridos não praticam desporto e 4,1 confessam mesmo que não fazem qualquer actividade física (na faixa etária dos 16 ou mais anos a percentagem sobe para 8 por cento).
Desde 1998 os adeptos do exercício diminuíram, o que "é preocupante", segundo Alvez Diniz: em 2002, quase metade (46,1 por cento) dos jovens praticavam alguma actividade uma a três vezes por semana e 36,8 por cento faziam-no entre quatro e sete vezes; há cinco anos as percentagens eram, respectivamente, de 48,2 e 38,3 por cento. E se a modalidade favorita - o futebol - também está a ser penalizada com esta perda de popularidade, o mesmo está a acontecer com um dos desportos mais praticados pelas raparigas - a ginástica. Há cinco anos, 43,2 por cento diziam-se praticantes; em 2002, já eram só 25,2 por cento.
Alves Diniz aponta vários factores para este decréscimo de actividade física: em 2002 houve um menor investimento no desporto escolar; as escolas tendem a concentrar a disciplina de Educação Física num só tempo lectivo; as associações "estão a demitir-se de fazer a formação de jogadores e a desinvestir nas escolas".
Mas Alves Diniz vai mais longe: as próprias famílias não incentivam os filhos a fazer desporto, "sentem-se mais descansadas se os tiverem em casa, ocupados, a jogar computador ou a ver TV, do que se estiverem fora".
Os jovens optam, assim, por outros passatempos. O modo mais popular de ocupar os tempos livres é a ouvir música (97,6 por cento) e a jogar cartas ou jogos de computador (95,4). Mais de metade (56,8 por cento) passam, em média, uma a três horas a ver televisão nos dias de semana. Ao fim-de-semana, 56,6 por cento dizem passar mais de quatro horas em frente ao ecrã.

24.6.03

Consumo de Haxixe Dispara Entre Alunos Portugueses: Os jovens portugueses em idade escolar estão a consumir mais haxixe. Entre 1998 e 2002, a percentagem de estudantes dos 6º, 8º e 10º anos de escolaridade que diz já ter experimentado aquela droga passou de 3,8 para 9,2 por cento. Duas vezes e meia mais.
São também mais os que fumam tabaco, bebem bebidas alcoólicas destiladas e preferem as coca-colas, os doces e os chocolates à fruta e aos vegetais. "A saúde dos adolescentes não está nos seus melhores momentos. A tendência geral é para uma situação agravada em termos de risco para a saúde", conclui a equipa que elaborou o estudo "A saúde dos adolescentes portugueses em 1998 e quatro anos depois", coordenado por Margarida Matos, professora da Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade Técnica de Lisboa. A publicação é hoje apresentada.
Foram inquiridos 6131 alunos, uma amostra que representa a população escolar de Portugal continental que frequenta os 6º, 8º e 10º anos em estabelecimentos oficiais. A média de idades dos que responderam é de 14 anos.

23.6.03

Cartões falsificados geram prejuizo anual de 2,5 milhões de euros: A falsificação de cartões de crédito e débito e a sua utilização é um crime em expansão em Portugal. Calcula-se que, anualmente, sejam cometidas burlas que ascendem a 2,5 milhões de euros com recurso à utilização de bandas magnéticas copiadas. Só a Unicre, que apenas detém o controlo de metade dos cartões, regista crimes anuais no valor de um milhão de euros. A situação está, no entanto, longe de atingir as proporções detectadas noutros países europeus, nomeadamente em Espanha, onde os montantes desviados, cresce todos os anos na ordem dos 300 por cento.
Os indicadores policiais referiam que, em 2002, haviam sido detidas em Portugal cinco dezenas de pessoas responsáveis por crimes com cartões de crédito ou débito. Destas, a maior parte são estrangeiras, sobretudo sul-amaricanas e, principalmente, brasileiras.
Menores trabalham mais no seio familiar e não são remunerados: "Há cinco anos, era fácil filmar crianças a deslocarem-se para fábricas de calçado ou de vestuário. Hoje, isso, provavelmente, não seria possível". A convicção do sociólogo Manuel Sarmento, do Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho, não resulta do desaparecimento da exploração infantil, mas da modificação deste fenómeno.
No panorama actual, intensificou-se o trabalho realizado por menores no seio familiar e sem remuneração. Em 1998, existiam 34 mil crianças neste contexto, um número que subiu para 40 mil em 2001. Por outro lado, o trabalho por conta de outrem diminuiu. No mesmo período, o número de menores subordinados desceu de 9 mil para menos de 7 mil.
Feitas as contas, conclui-se que o número de crianças a exercer uma actividade económica cresceu em quatro anos. Há mais 3700 menores a trabalhar. Os dados são do estudo "Caracterização social dos agregados familiares portugueses com menores em idade escolar", realizado em Outubro de 2001, pelo Sistema de Informação Estatística sobre Trabalho Infantil (SIETI), cujos resultados foram divulgados este mês.
A Inspecção-Geral do Trabalho comprova a existência de menos crianças nas empresas. Em 1999, a entidade encontrou 233 menores em situação irregular. Apesar de desde esta data o número de visitas específicas ter aumento para mais do dobro, o ano passado só foram detectados 42 casos de exercício ilegal.

19.6.03

Condenados em Portugal são quase todos homens, crimes contra pessoas dominam: Os condenados em processo crime durante o ano de 2001 são maioritariamente do sexo masculino (92%), sem condenações anteriores (80,7%) e tem idades compreendidas entre os 20 e 59 anos, revelam dados oficiais da Justiça.
As estatísticas da justiça penal revelam ainda que o número de condenados entre 1992 e 2001 quase duplicou (mais 99,5%).
O ano de 2001 é, em toda a década em análise, o ano com maior percentagem de arguidos condenados (58%), existindo 586 condenados por 100 mil habitantes, mais 91,5% que em 1992.
Dos arguidos julgados em 2001, 46,1% são solteiros e 43% casados, 96,6% tinha a nacionalidade portuguesa e 64,4% tinha emprego.
Quanto à natureza dos crimes (processos findos), verificou- se em 2001 uma predominância dos crimes contra pessoas (38,1%), seguidos dos crimes contra a vida em sociedade (30,4%) e dos crimes contra o património (23,9%).
Apesar de os crimes contra o património surgirem em terceiro lugar, entre 1992 e 2001 diminuiu "em termos absolutos o número de arguidos e de condenados" por este tipo de criminalidade, enquanto "aumentou o número de arguidos e condenados por crimes contra as pessoas", ou seja, crimes contra a vida, contra a honra, integridade física, liberdade pessoal, reserva da vida privada e autodeterminação sexual.

18.6.03

é dos países europeus onde mais se rouba nas lojas: Portugal é dos países europeus que mais perde com roubos no sector comercial, só suplantado pelo Reino Unido, um crime que em 2002/2003 provocou aos comerciantes nacionais um prejuízo de 165,06 milhões de euros.
De acordo com o Relatório do Barómetro Europeu de Perdas no Retalho [...], a percentagem de perdas no volume de negócios para o período de 2002/03 é para o caso nacional de 1,44%.
Portugal faz também parte do grupo de países onde se registou, em relação a anos anteriores, um aumento das quebras por roubos, a par da Suíça, Irlanda, Dinamarca e Áustria. [...]
Em relação a Portugal os números dizem que o roubo pelos clientes representa 53%, seguindo-se o roubo pelo pessoal, com 22,3%, e o roubo pelos fornecedores, 9,7%. Os erros internos são responsáveis por 15%.
[...] são os produtos não alimentares e caros os mais roubados, muitos deles para posterior revenda (toxicodependência faz aumentar crime), estando neste caso os perfumes ou as bebidas alcoólicas.
80 por Cento dos Portugueses queixa-se de dores reumáticas: O reumatismo é a doença que mais afecta os portugueses: 38 por cento da população tem algum tipo de doença reumática e 80 por cento queixa-se de dores nas articulações e músculos, indica um estudo divulgado ontem. Os números foram divulgados na mesa redonda "(Com)Vivendo com a Doença Reumática", que reuniu em Lisboa doentes, médicos e outros profissionais de saúde.
O reumatologista Melo Gomes, coordenador do encontro, explicou à Agência Lusa que as conclusões de um estudo sobre estas doenças realizado em Portugal desde 1997 vão ao encontro de um outro estudo europeu, "Arthritis Research Survey", a decorrer na Alemanha, França, Espanha, Reino Unido, Irlanda, Suécia e Suíça, através de entrevistas a 1.282 médicos e 5.027 doentes reumáticos.
"A tendência é igual em todo o Mundo: as doenças reumáticas são as mais frequentes da raça humana, e continuarão muito provavelmente a sê-lo no futuro, pois a população mundial não pára de crescer e, sobretudo, de envelhecer", refere Melo Gomes. As mulheres são, em todo o mundo, as mais afectadas por estas doenças, que habitualmente têm início na fase produtiva, entre os 30 e os 50 anos de idade.
Melo Gomes diz que, em Portugal, as doenças do foro reumático são a principal causa de doença, o primeiro motivo de consulta médica e a primeira causa de absentismo e incapacidade laboral. "Diversos estudos revelam que cerca de 38 por cento da população portuguesa sofre de algum tipo de doença reumática, dos quais 10 por cento padece de doença grave e incapacitante. Ao nível das queixas de dores reumáticas, a percentagem sobe até aos 80 por cento", especifica.
Segundo o inquérito realizado em Portugal, estas doenças são responsáveis por 20 por cento das reformas antecipadas e, por consequência, do abandono de carreira profissional a nível nacional.
O estudo revela também que 40 por cento dos portugueses com queixas reumáticas faz auto-medicacão e só vai ao médico em último recurso

17.6.03

Portugueses emigraram mais em 2002: A emigração portuguesa aumentou 32,9% em 2002, ano em que emigraram cerca de 27.000 portugueses, indicam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados terça-feira.
Os números do Inquérito aos Movimentos Migratórios de Saída (IMMS) revelam ainda que o aumento maior (53%) foi na emigração de carácter permanente (pessoas que deixam o país por um período superior a 1 ano), enquanto a percentagem dos que partiram por um período igual ou inferior a 1 ano ficou pelos 25%.
A Suíça, França e Espanha lideram a lista dos principais destinos da emigração portuguesa em 2002, com cerca de 63%,o Reino Unido acolheu 6,8%,o Brasil recebeu 4,0%, o Canadá recebeu 3,8% e os restantes países 22,6%.
Dos que partiram em 2002, a maioria saiu das regiões norte, centro, Lisboa e Vale do Tejo e são na sua maioria jovens, tendo-se vindo a registar "uma importância crescente da população que se situa no grupo dos zero aos 29 anos".
Desigualdade na Iniciação Sexual Entre Homens e Mulheres É Maior em Portugal: Portugal é um dos países europeus onde a disparidade entre homens e mulheres, no que diz respeito à idade de iniciação sexual, é maior. Metade das jovens portuguesas nascidas em 1970 perderam a virgindade antes dos 19,8 anos; para as restantes, a primeira experiência aconteceu depois. Entre os homens da mesma geração, 50 por cento iniciaram-se antes de dobrarem os 17,5.
"Com que idade é que as mulheres e os homens iniciaram a sua vida sexual? Comparações mundiais e evoluções recentes" é um trabalho do investigador na área da sexualidade Michel Bozon, divulgado na semana passada pelo Instituto Nacional de Estudos Demográficos (INED) de França. Mas as conclusões a que o especialista chega, pelo menos no que diz respeito à análise feita para Portugal, são controversas.
Michel Bozon valeu-se dos inquéritos nacionais demográficos, de fecundidade e família, ou outros do género, realizados ao longo dos anos 90 - os dados relativos a Portugal dizem respeito ao Inquérito à Fecundidade e à Família feito em 1997 pelo Instituto Nacional de Estatística - para comparar as idades de iniciação sexual em 56 países. [...]
Os países latinos, nomeadamente Portugal e Roménia, partilham o facto de pertencerem a um modelo onde as sociedades esperavam da geração de 50 que os rapazes cedo provassem "que são homens" e que as raparigas se resguardassem para o casamento. Cálculos feitos, metade das mulheres portuguesas de então perdiam a virgindade depois dos 21,5 anos, enquanto que metade dos homens o faziam antes dos 17,5, recorrendo muitas vezes a parceiras mais velhas e experientes ou à prostituição.
O investigador do INED diz que pouco mudou nestes países. Não só as diferenças de idade entre géneros continuam a ser significativas, como "a iniciação através da prostituição continua a ter importância", no caso dos homens. E é aqui que surge a polémica.
Pedro Vasconcelos, sociólogo e professor no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, em Lisboa, não nega que a "desigualdade" entre géneros, no que diz respeito à idade da primeira relação sexual seja maior em Portugal do que noutros países, como a França. Mas discorda "de muitas das conclusões" que Bozon retira desse facto. "A iniciação sexual através da prostituição foi praticamente eliminada pela juventude, pelas pessoas que têm agora 30. Michel Bozon diz ainda que o valor da virgindade ainda é importante, mas todos os estudos feitos em Portugal dizem-nos que entre os jovens esse valor não é o mais importante".
Um em cada três jovens de 18 anos já não estão na escola: Portugal e o Reino Unido são os países da União Europeia (UE) com a mais baixa taxa de permanência de jovens com 18 anos no sistema educativo: 66 e 55 por cento, respectivamente. Os dados foram divulgados ontem pelo Eurostat, o gabinete estatístico da UE, e reportam-se ao ano lectivo de 2000/01.
No topo da tabela encontram-se a Suécia, com a quase totalidade (95 por cento) dos jovens com 18 anos a manter-se na escola. Finlândia, Bélgica, Alemanha, Dinamarca e França apresentam taxas superiores a 80 por cento. A média dos Quinze fica-se pelos 71,4 por cento. [...]
Outro dos indicadores analisados pelo Eurostat, e que também constitui um dos cinco critérios de referência definidos no âmbito da Estratégia de Lisboa, traduz-se no número de diplomados nas áreas da Matemática, Ciência e Tecnologia. E, mais uma vez, fica evidente o atraso de Portugal: em cada 1000 pessoas entre os 20 e os 29 anos existem 6,4 por cento de licenciados nestes cursos.
Apenas o Luxemburgo, a Itália e a Holanda apresentam taxas tão baixas. A Irlanda, com 23,2 por cento, é o país que mais se destaca.
Oito mil pessoas frequentam universidades para a terceira idade: Os alunos são sobretudo mulheres, os professores são na sua maioria voluntários e quase todas as escolas recebem apoios das autarquias. O "boom" registou-se entre 1996 e 2000, período em que se assistiu ao aparecimento de 12 novas universidades da terceira idade (UTI). Ao todo, existem no país 42, que contam com quase oito mil estudantes.
Os dados foram apurados por Luís Jacob, fundador da Universidade Sénior de Almeirim (USAL), que se lembrou de analisar as características destas instituições que funcionam à margem do sistema escolar mas que têm como um dos principais objectivos o ensino dos mais velhos, em moldes completamente informais. O estudo da USAL foi realizado entre Dezembro de 2002 e Março de 2003, com envio de inquéritos a todas as UTI. Responderam 27 (66 por cento).
É em Lisboa e no Porto que se concentra a maioria das escolas para a terceira idade, mas todas as regiões estão representadas, ainda que no Alentejo exista apenas uma UTI. Ainda segundo o levantamento de Luís Jacob, não há nenhuma escola registada nas ilhas.
As mulheres são de longe as que mais procuram as UTI. Num universo de 5404 alunos, três em cada quatro são do sexo feminino. E as instituições vivem em grande parte do voluntarismo e apoio das comunidades. São poucas as que contratam professores remunerados, que têm instalações próprias ou arrendadas ou que funcionam sem qualquer apoio (apenas seis em 27). Geralmente são cobradas mensalidades, mas os preços praticados variam consideravelmente: tanto ficam abaixo dos seis euros como acima dos 12.
As UTI surgiram, na década de 70, em França e a primeira representante portuguesa foi criada em 1976. No entanto, foi preciso esperar vinte anos para que estas escolas começassem a aparecer em força. De acordo com o estudo da USAL, até 1980 registavam-se apenas duas. Desde 1996 , surgiram mais 14.
Mais de um terço de Portugal em risco de desertificação: Mais de 35 por cento dos solos do território continental podem ficar desertificados, ou seja, tão degradados que a tendência é, a longo prazo, para ficarem transformados em areia. O estudo mais exaustivo já efectuado sobre este problema em Portugal vai ser hoje divulgado durante as comemorações do Dia Mundial de Combate à Desertificação. [...]
Deste esforço, que teve início em Junho de 2001, resultou um levantamento aprofundado da situação do país, concluindo-se que, dos 35 por cento da área que corre riscos de desertificação, 28 por cento já apresentam problemas graves. Ou seja, o alerta não é apenas uma previsão, mas já uma realidade.
Este estudo é particularmente exaustivo, não só porque cruza dados climáticos, de vegetação e de solos, como também porque inclui a pressão urbana. Feito com base na informação existente nos Planos Directores Municipais, que inclui a expansão prevista, este levantamento relativo a todo o território nacional vai passar a estar disponível na Internet (panda.igeo.pt/dismed_html/index.html), o que não acontecia até agora.

12.6.03

Há dez mil milionários a viver em Portugal: Dito deste modo, parece até um número gordo, de fazer inveja ao comum dos mortais, mas se compararmos com outros países, verificamos que a proporção de afortunados nacionais é baixa. Apenas 1% da população portuguesa tem activos iguais ou superiores a um milhão de dólares (menos de 900 mil de euros). Em Espanha, por exemplo, há 110 mil milionários, cerca de 2,75% dos habitantes.
Existem ainda outra pequena diferença entre os países vizinhos: Portugal manteve o número de afortunados de 2001 para 2002, enquanto a Espanha registou um crescimento de cinco mil milionários.

10.6.03

Condução com tranquilizantes: Que papel desempenha o consumo de tranquilizantes na ocorrência de acidentes de viação em Portugal? Um papel relevante, a crer nos resultados de um estudo pioneiro entre nós e que encontrou concentrações de benzodiazepinas (os chamados tranquilizantes "menores", sedativos, hipnóticos e ansiolíticos) em quase um quinto das vítimas de acidentes de viação que receberam tratamento hospitalar. [...]
Abrangendo uma amostra representativa - constituída por 401 condutores e peões vítimas de acidentes de viação que, entre Janeiro de 2000 e Dezembro de 2001, recorreram ao serviço de urgência do Hospital de S. José, em Lisboa -, o estudo agora concluído permitiu perceber que este problema também se faz sentir entre nós. E com um peso não negligenciável: em 16,7 por cento das vítimas foi possível detectar concentrações de benzodiazepinas no sangue ou na urina.
A agravar, perto de um terço apresentava vestígios de álcool. Uma "mistura explosiva", comenta Carlos Matias Dias [do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge], sublinhando o facto de o trabalho contribuir para "reforçar a ideia de que o álcool desempenha um papel importante na sinistralidade rodoviária": 18,6 por cento tinham mesmo mais do que o máximo permitido por lei (0,5 gramas de álcool por litro de sangue). Uma percentagem muito mais elevada do que a obtida pelas forças de segurança nos testes feitos aos condutores na sequência dos acidentes de viação (2,7 por cento em 2000 e 2,5 por cento em 2001).

6.6.03

Mais de Cem Queixas por Agressões e Abusos da Polícia: A Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) investigou mais de uma centena de queixas de agressões ou abusos de poder pelas autoridades em 2002, ano em que morreram cinco cidadãos em acções policiais. São dados do Relatório de Actividades deste departamento do Ministério da Administração Interna.

4.6.03

Cerca de 120.000 portugueses têm hepatite B crónica: O especialista em doenças do fígado Miguel Carneiro de Moura estimou quarta-feira em cerca de 120.000 o número de portugueses afectados por hepatite B crónica, uma doença que atinge sobretudo a faixa etária entre os 30 e os 49 anos.
Segundo este médico do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, estas estimativas fazem de Portugal um dos países da União Europeia com as mais elevadas taxas de prevalência desta doença, a par da Grécia e Itália.
Empresas portuguesas demoram em média 71 dias a pagar aos fornecedores: As empresas portuguesas demoram em média 71 dias a pagar aos seus fornecedores, 19 dias depois da data acordada para o limite de pagamento, que ronda em média os 52 dias, avança um estudo sobre o mercado ibérico efectuado pela gestora de cobranças sueca Intrum Justitia, ontem divulgado. Mais: as empresas portuguesas são piores pagadoras que as espanholas, mas estas também ultrapassam as condições acordadas em cinco dias e demoram em média 61 dias a cumprir as suas obrigações.
Aliás, conclui o estudo, as empresas dos países do Sul da Europa pagam em média mais tarde do que as do Norte, não só por uma questão cultural, mas também porque não há o hábito de pedir juros de mora, situação que Luís Salvaterra, director-geral da Intrum Justitia para Portugal e Espanha, espera ver alterada em breve com a transposição - em Fevereiro de 2003 - da directiva comunitária que regulamenta as transacções comerciais entre empresas.