30.3.03

Ciência "encontra-se" com sociedade na Fundação Gulbenkian: Três em cada quatro portugueses nunca leram revistas de divulgação científica, concluiu um estudo lançado pela Fundação Calouste Gulbenkian [...]
Por outro lado, apenas 7 por cento da amostra total (2.057 indivíduos) afirmaram ler este tipo de revistas com alguma frequência.
A partir da caracterização do público que lê ou não revistas de divulgação científica, os investigadores do ISCTE procuraram tipificar os vários modos de relação que os portugueses têm com a ciência.
Os cientistas definiram sete categorias-tipo, ou seja, sete públicos de ciência distintos: envolvidos, consolidados, iniciados, autodidactas, indiferentes, benevolentes e retraídos.
A maior fatia dos inquiridos (28,1 por cento) situa-se no grupo dos benevolentes, ou seja, possuem um grande distanciamento em relação à ciência mas uma atitude de boa vontade para com esta.

27.3.03

Número de divórcios bateu recorde no ano passado, quando se dissolveu um casamento por cada dois realizados, segundo dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com os indicadores demográficos de 2002 do INE, o número de divórcios aumentou 46% em relação ao ano anterior, passando de 19.044 para 27.805, enquanto os casamentos registaram uma ligeira descida de 3,4% no mesmo período, de 58.390 para 56.391.
Quanto aos nascimentos, no ano passado registou-se um acréscimo de 0,8% (de 112.774 para 113.622), enquanto os óbitos também aumentaram em relação a 2001, embora numa percentagem um pouco menor (0,5%), crescendo de 105.092 para 105.649.
Feitas as contas, de acordo com o INE, no ano passado o saldo natural - diferença entre o número de nascimentos e o número de mortes na população portuguesa - foi de 7.973 indivíduos, mais 291 do que em 2001.

25.3.03

No 'Guiness' por Francisco Sarsfield Cabral
Em Portugal, 76 por cento das casas são propriedade das pessoas que as habitam. A média europeia é de apenas 61 por cento. E há entre nós meio milhão de casas a mais, desocupadas - sem contar as segundas habitações, de férias ou de fim-de-semana. Somos, então, um país rico, que pode desperdiçar recursos? Não somos, claro. A situação é absurda.

24.3.03

Esperança de vida dos americanos chega aos 77,2 anos: Em Portugal, os dados mais recentes indicam que a esperança média de vida está nos 75,2 anos.

19.3.03

Ofertas dos crentes ao Santuário de Fátima em 2002 superam os 330 mil euros: Os peregrinos entregaram no Santuário de Fátima 333 mil euros em ofertas nas celebrações religiosas realizadas em 2002, anunciou hoje a instituição.
Parte destas verbas destinou-se a outras instituições ou a obras de solidariedade, existindo também ofertas directas dos peregrinos e pagamentos de promessas que não estão ainda contabilizadas, devendo ser apresentadas publicamente em Junho deste ano.
Entre as ofertas realizadas para fins específicos, destacam-se as verbas destinadas às campanhas "Fome em Angola" (99 mil euros), para as crianças de Moçambique (70 mil euros), as missões (30 mil) ou as comunicações sociais da igreja (19 mil euros).
Outras causas mereceram ofertas menos significativas, como as campanhas para Timor (1.709 euros), para a Guiné-Bissau (cinco mil euros) ou para as crianças do Afeganistão (4.691 euros).
Acidentes de viação no topo das causas da mortalidade infantil: Os acidentes de viação, afogamentos, incêndios e envenenamentos são as causas mais comuns de mortalidade e incapacidade infantil em Portugal, a par de grandes lacunas na formação de base em segurança infantil, revelou ontem a Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI).
Segundo a APSI, as mortes por traumatismos, lesões e ferimentos acidentais representam 40 por cento do total na faixa etária entre os 1 e os 14 anos de idade. [...]
Os números falam por si: a cada ano que passa, morrem cerca de 600 crianças, perto de três mil ficam com incapacidades permanentes, mais de 350.000 sofrem acidentes domésticos e de lazer, 120.000 são internadas e perdem-se anualmente na população infantil e juvenil cerca de 35.000 potenciais anos de vida, refere a APSI.

17.3.03

Crimes na rede: A criminalidade informática está a aumentar em Portugal. Todos os anos são investigados 300 casos. Um fenómeno que resulta da massificação das novas tecnologias, nomeadamente da Internet.
Os números da Polícia Judiciária (PJ) sobre crime informático são claros. Só em 2002 entraram na PJ 230 processos _ mais 14 do que em 2001. Um aumento que as autoridades consideram «muito significativo», pois a cada inquérito podem corresponder vários criminosos. Por isso, «não é possível saber quantas pessoas se dedicam a este tipo de crime», como disse ao DN Carlos Cabreiro, coordenador de investigação criminal e responsável pela Secção de Investigação de Crimes Informáticos e Telecomunicações (SICIT) da PJ.
A infracção que atinge maiores proporções é a do acesso ilegítimo, vulgarmente chamado de intrusão. Segundo o responsável pelo SICIT, «entre 1999 e 2001, registou-se um aumento exponencial neste tipo de crime relacionado com a utilização indevida de passwords». [...]
O SICIT iniciou o ano de 2002 com 272 inquéritos pendentes (não foram concluídos em 2001) relacionados com delito informático _ desde acesso ilegítimo a burla informática ou software ilegal. Durante o ano de 2002, entraram mais 230 inquéritos desta natureza. Foram concluídos 292. Contas feitas, os agentes do SICIT tinham, no início deste ano, 210 inquéritos para investigar. «Tivemos um saldo positivo de cerca de 60 inquéritos, entre entrados e saídos», refere Carlos Cabreiro, salientando o sucesso alcançado pela secção. «Em 80 por cento dos casos reunimos matéria para imputar os factos a determinado autor ou autores.»
Estado gasta 15 mil euros anualmente por recluso: Portugal gastou no ano passado 15 mil euros (três mil contos) por cada recluso. O que dá um investimento nos serviços prisionais de 212 milhões de euros. Sendo que 25 milhões foram canalizados para os cuidados de saúde.
São estes os números do financiamento de um dos maiores problemas nacionais: as prisões. De tal forma é necessária uma mudança de atitude e de gestão, que o Governo decidiu criar uma Comissão de Estudo e Debate da Reforma do Sistema Prisional.
Diogo Freitas do Amaral é o presidente desta entidade e tem seis meses para apresentar as Leis Gerais e a Proposta de Lei-Quadro da Reforma do Sistema Prisional Português.

13.3.03

"Há 15 mil imigrantes no fundo do desemprego"
P - Paulo Portas defendeu a necessidade de travar a entrada de imigrantes. Concorda?
R - Eu próprio já o tinha dito na apresentação da nova lei da imigração. O actual panorama nacional não mostra sinais muito optimistas para a abertura de novas vagas no mercado de trabalho. Há imigrantes a inscrever-se nos centros de emprego e a pedir o subsídio de desemprego numa percentagem nunca vista. Neste momento, há cerca de 15 mil imigrantes registados no fundo de desemprego.
Escolas Denunciaram 116 Crimes Sexuais Contra Alunos em 2002: No ano passado, as escolas básicas e secundárias denunciaram 116 crimes sexuais cometidos contra alunos: 95 casos aconteceram nos acessos aos estabelecimentos de ensino; 21 no interior das instalações escolares.
O Ministério da Educação fez as contas ao números da violência nos estabelecimentos de ensino. O balanço final dá conta de um aumento de 81 por cento dos crimes sexuais em relação ao ano anterior, quando as escolas fizeram chegar ao ministério 64 relatos de situações do género.
No entanto, o chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Administração Educativa, Pedro Martins, faz algumas ressalvas a estes indicadores: "Os órgãos executivos das escolas estão cada vez mais sensibilizados para o tema da segurança de pessoas e bens e, se calhar, em nos anteriores, não fariam tantas participações como fazem agora." Ou seja, é possível que não se esteja perante uma escalada deste tipo de crimes - há é mais participações.
De acordo com o estudo da tutela, 13 das situações relatadas pelos estabelecimentos de ensino correspondem a violações de alunos - todas elas verificadas nos acessos à escola. Apenas uma vítima foi sujeita a tratamento hospitalar.
Os Dados Mais Recentes
Acções contra pessoas 2001 - 2002
Professores: nº de situações 167 - 199
Funcionários: nº situações 125 - 232
Alunos: nº situações 1029 - 644
Alunos: "bullying" 1400 - 984
Alunos: crimes sexuais 64 - 116
Total 2785 - 2175
Acções contra bens 2001 - 2002
Furto/roubo instalações/equip. 369 - 402
Vandalismo instalações/equip. 338 - 353
Furto/roubo e vandalismo bens professores 72 - 67
Furto/roubo e vandalismo bens funcionários 29 - 36
Viaturas de prof. e func. vandalizadas 72 - 60
Furto/roubo e vandalismo bens de alunos 714 - 757
Total 1594 - 1675
Fonte: Ministério da Educação

11.3.03

Prisões nas mãos de Freitas do Amaral, que, desde ontem, preside à Comissão de Estudo e Debate da Reforma do Sistema Prisional. Na tomada de posse, o antigo presidente da Assembleia Geral da ONU defendeu que a forma de resolver um dos maiores problemas dos serviços prisionais - a sobrelotação dos estabelecimentos onde estão mais de 14 mil pessoas quando deviam estar no máximo 11 380 - passa pela aplicação de «penas alternativas à prisão».

10.3.03

Violência doméstica mata mais de cinco mulheres por mês: Mais de cinco mulheres morrem todos os meses em Portugal vítimas de maus tratos, revelou ontem o primeiro ministro, Durão Barroso, que escolheu o dia Internacional da Mulher para apresentar o II Plano Nacional de combate à Violência Doméstica. Os números provisórios da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres (CIDM) trazem a lume uma realidade geralmente camuflada nas estatísticas oficiais. [...]
Os dados nacionais não destoam da realidade europeia. "A violência doméstica é a principal causa de morte das mulheres entre os 16 e os 44 anos, matando mais do que a guerra, o cancro ou os acidentes de viação", explicou Durão Barroso
Portugueses são os quartos mais mal pagos da OCDE: De acordo com o estudo da organização que engloba os países mais industrializados do planeta, o referido trabalhador português, após as deduções ao seu salário dos impostos sobre o rendimento e das contribuições para o sistema de segurança social, levou em 2002 para casa 10.437 dólares (cerca de 9.488 euros ao câmbio actual). Admitindo que este montante foi pago em 14 mensalidades, ou seja, que inclui subsídios de férias e de Natal, o trabalhador português tem implícito neste estudo um salário mensal líquido de aproximadamente 678 euros, em paridades de poder de compra. Trata-se de 62, 45 e 51 por cento, respectivamente, dos vencimentos líquidos dos trabalhadores espanhóis, britânicos e alemães, e 39 por cento dos daqueles que mais dinheiro levam para casa, os sul-coreanos. As diferenças entre os salários dos portugueses e os dos seus congéneres do mundo industrializado são mais notórias quando as comparações são feitas ao nível dos vencimentos brutos, muito devido à incipiência do Estado-Providência em Portugal. Em paridades de poder de compra, o português aufere apenas 60, 42 e 36 por cento, respectivamente, dos salários de espanhóis, britânicos e alemães, os segundos trabalhadores mais bem pagos da OCDE.

6.3.03

Consumo de antidepressivos duplicou na última década: Em 2001, venderam-se perto de quatro milhões de embalagens de antidepressivos nas farmácias portuguesas - mais do dobro do que se consumia no início dos anos 90. E como é ponto assente que o desemprego funciona como factor desencadeador da doença, prevê-se que num futuro próximo aumente o número de pessoas a procurar os consultórios. Os médicos estão já a preparar-se. "Se houver guerra, a situação será ainda pior", vai já adiantando o director clínico do Hospital Júlio de Matos.
Os números são inquietantes: numa década, o consumo de antidepressivos mais do duplicou em Portugal. De um total de cerca de 1, 8 milhões de embalagens vendidas nas farmácias em 1992 passou-se para perto de 4 milhões em 2001. [...]
A par do crescimento sustentado na venda de psicotrópicos, a evolução verificada nos últimos cinco anos revela um aumento galopante dos encargos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com este tipo de fármacos. Basta ver que, enquanto o número de embalagens vendidas tem subido a um ritmo médio de 600 mil a 700 mil por ano (de 2000 para 2001 foi mesmo superior a um milhão), os custos para o SNS mais do que duplicaram entre 1997 e 2001: passaram de quase 48 milhões de euros para cerca de 99,5 - de acordo com dados fornecidos ao PÚBLICO pelo Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed). Neste total pesa sobretudo a despesa com antidepressivos, que representa metade da factura. [...]
Em Portugal, o número de consultas psiquiátricas nos serviços públicos ronda os 60 mil a 70 mil novos casos por ano, exceptuando o atendimento de crianças, toxicodependentes e o privado, referia já Jaime Milheiro num artigo integrado na obra "Panorama da Cultura Portuguesa no Século XX". Se se pensar que o número destas consultas rondava as 400 mil em 1998 (último ano em que o Instituto Nacional de Estatística dispõe deste tipo de dados), actualmente o seu total deverá aproximar-se das 700 mil por ano.
Portugal com mais baixo custo de mão-de-obra: Portugal era em 2000 o país da União Europeia (UE) com mais baixo custo de mão-de-obra na indústria e serviços, com os trabalhadores a receberem, em média, 8,13 euros por hora, revelou ontem o Eurostat. De acordo com um estudo do gabinete de estatística das Comunidades Europeias, relativo a 2000, o custo médio horário da mão-de-obra variava entre os 8,13 euros em Portugal e os 28,56 euros na Suécia, sendo a média europeia de 22,70 euros. [...]
A mão-de-obra em Portugal chegava a ser mais barata do que em alguns dos países candidatos à adesão, como Chipre (10,74 euros/hora) e a Eslovénia (8,98 euros/hora). O custo médio por hora de trabalho dos países do alargamento situava-se nos 4,21 euros.
2002 foi o ano em que as Forças Armadas gastaram mais dinheiro: O ministro de Estado e da Defesa Nacional, Paulo Portas, revela hoje no Parlamento a taxa de execução da Lei de Programação Militar (LPM) em 2002, que é superior à que foi conseguida em qualquer ano pelos anteriores governos. [...]
Em 2001, as Forças Armadas gastaram apenas 47 por cento das verbas de que dispunham para reequipamento. Em 2000, o número foi de 46 por cento e Portugal já mereceu, por causa disso, a repreensão da NATO. O Exército foi o ramo que menos gastou, apenas 33 por cento.
Portugueses são dos que mais acarinham o euro: 81 por cento dizem-se à vontade no uso da nova moeda e 72 em cada cem confessam-se mesmo ligados a ela. Só os luxemburgueses são mais entusiastas.
Quase metade (49 por cento) dos lusos defendem ainda que a adesão ao euro foi "uma coisa boa" e apenas 24 por cento afirmam que a mudança prejudicou o país. Mas uma larga maioria (74 por cento) garante que, na hora das conversões, os preços foram arredondados para cima, em todos os sectores. [...]
80 por cento afirmam ter medo de acontecimentos como uma guerra mundial ou na Europa, um lançamento acidental de um míssil nuclear, actos de terrorismo internacional ou de crime organizado (sendo estes dois últimos considerados os mais assustadores). Em média, 63 dos europeus dizem reacear este tipo de situações.
Outras questões colocadas tentaram aferir os conhecimentos dos cidadãos em relação à UE. Os portugueses e os ingleses são os que detêm menos informação: 84 por cento dos inquiridos em Portugal dizem estar "não muito bem informado" ou "nada informado" sobre o alargamento da UE